Wednesday, October 07, 2009

 

A verdade, toda a verdade, e nada menos que a verdade


Este fim-de-semana, em conversa com uma pessoa, manifestei a minha opinião sobre ela. Dei-a completa, toda, não retive nada para mim, não deixei nada na gaveta. Fi-lo num momento de espontaneidade, de liberdade sem amarras, e passado esse momento fiquei com um novelinho no estômago: não devia ter dito isto, não devia ter dito tanto, ter ido tão longe… Foi como se uma nuvenzinha negra viesse oprimir-me.

E depois do primeiro momento de liberdade e do segundo momento de opressão veio o momento da reflexão. Mas por que motivo me devia eu sentir mal por dizer a verdade? Porque a pessoa podia sentir-se triste ou incomodada? Mas preferiria a pessoa que eu mentisse ou omitisse? Isso deixá-la-ia mais estável na sua estrutura pessoal?

As crianças, nas sua pureza e honestidade natural, não têm este tipo de problemas, dizem logo o que sentem, sem restrições, e pronto. Mas a sociedade amordaça a sinceridade das crianças, vai-lhes dizendo que isto não se diz e aquilo não se diz, e a dada altura já ninguém sabe o que é que pode dizer.

Mas haverá alguma coisa melhor, mais edificante e mais respeitadora do que a verdade? E a verdade toda, não apenas meia verdade ou um quarto dela.

(Imagem: Shari White, The Spirit of Truth)

This page is powered by Blogger. Isn't yours?