Monday, October 16, 2006

 

Todos os caminhos vão dar a Roma...



Um destes dias fui tomada pela emoção, coisa que, por acaso, até é fácil e frequente em mim, só que desta vez por um motivo original. Passei por duas localidades, à noite, e fiquei maravilhada com as centenas de pontos de luz que ladeavam a estrada. De ambos os lados, nos parapeitos das janelas, nos muros, no chão, um estendal de velas fazia-me sentir um dos andores em procissão.

Embora não seja propriamente adepta deste tipo de rituais, não pude evitar o respeito pela manifestação de fé.

Não posso dizer que pertença a uma religião, pelo menos não àquelas convencionais. Vou com o mesmo prazer a uma missa católica, a um culto evangélico, a uma meditação à beira mar, ou a outra qualquer sessão em que se estabeleça contacto com Deus. Chamemos-lhe o que quisermos, Deus, Jeová, Universo… tanto faz. Nestas coisas lembro-me sempre da parábola do bom samaritano, importante mesmo não é o que se professa, o rótulo que se atribui, mas a forma como se age e se vive.

E assim sendo, acredito que todas as religiões são boas, desde que tenham por objectivos trabalhar pelo bem de todos e aproximar de Deus. Aplica-se, neste contexto, o provérbio popular: Todos os caminhos vão dar a Roma. E são, portanto, todos igualmente respeitáveis.

Quanto a mim, se tivesse obrigatoriamente de me assumir de alguma religião seria da religião do Amor.

(Imagem: Fotografia Olga Correia)

Comments:
Todas as religiões são boas, mas só e somente apenas quando não são levadas ao extremo, ao fanatismo!
Eu respeito todas elas, embora não gosto que me impinjam uma dada religião.
Essa religião do Amor, penso que qualquer um de nós deverá praticá-la para bem da humanidade!
Tenho as minhas crenças, mas normalmente não as manifesto. Acredito na minha padroeira, Nossa Senhora de Fátima. Bj
 
Reigião do Amor...
Essa é gira!

Então não são todas baseadas nisso mesmo, no Amor?
Amor pelo prório;
Amor pelo semelhante;
Amor pela natureza;
Amor pelo dinheiro;
Amor pelo nada;
Amor pela destruição;
Amor pelo Amor da vizinha;
Amor pelo etc..

Todas são religiões onde o Amor impera e...
Pronto!
 
António Rosa: Sem dúvida!
:)

Fátima Vinagre: Claro, fanatismos já não são propriamente religião, digo eu, mas uma degenerescência dela, especialmente se levarem a actos prejudiciais aos próprios ou a outros, que é o contrário do que à partida se pretende. E religiões impingidas também, para além de não agradarem a ninguém, não adiantam nada, o que não for verdadeiramente sentido como verdade para cada um não passa de algo postiço e sem sentido ou importância.
:)

NVárzea: Talvez tenhas razão, à primeira vista, mas vou tentar explicar onde é que eu acho que está a diferença:

1º Primeira grande distinção: o amor é bom e generoso, não é mau nem egoísta.
Há que distinguir o amor que tem origem e objectivo no que é benéfico, no que radica no bem, daquele que tem outras origens e essências. Isso exclui logo à partida tudo o que se relacionar com o mal e que seja, de alguma forma, prejudicial (o caso do “amor” à destruição, por exemplo).

2º Amar, gostar, desejar, querer… são coisas muito diferentes.
É preciso distinguir o amor do desejo. O amor é uma dádiva que se oferece, o desejo envolve a necessidade de se receber, de se ter (dinheiro, por exemplo, ou o amor da vizinha). Neste caso podemos chamar-lhe várias coisas, inclusive obsessão, mas amor acho que não.

3º Amor pelo próprio, pelo semelhante, pela natureza…
Sem dúvida, está tudo interligado, são manifestações do próprio amor divino.

4º Chamo-lhe religião do Amor para reforçar a atitude que eu acho ideal, de entrega ao bem, simplesmente, tipo bom samaritano, sem rótulos nem regras prontas e limitadoras (do que vestir, de como agir, de que palavras específicas dizer, …), sem rituais quantas vezes maquinais e vazios… Agora que penso nisso, acho que muito na onda de Stº Agostinho (parece-me que era ele) que dizia “Ama e faz o que quiseres”, porque quem ama só pensará em fazer o bem pelo que ama.

:)
 
Já que estamos falando de amor...algo que li e achei interessante.

"O Amor"

É a força mais curativa do mundo.
Nada penetra mais profundo do que o Amor:
ele cura não apenas o corpo, nem apenas a mente, mas também a alma.
Então, tornamo-nos um ser total, completo –e ser total é ser sagrado."
"A saúde física é um fenômeno superficial;pode acontecer
através da medicina, pode acontecer através da ciência.
Mas o centro mais profundo do ser pode ser curado somente através do Amor.
Aqueles que conhecem o segredo do Amor conhecem o
maior segredo da vida. E então, não há miséria
para eles, nem velhice, nem morte."

Osho
 
Mara: Obrigada pela partilha.
Osho vem sempre em boa hora.
:)
 
Todos os caminhos vão dar a Roma se Roma for o Amor... O Amor incondicional... o Amor que brota de nós para os outros... O Amor que está dentro de nós (aqui concordo completamente com o António).

Mas há mais... Religião vem de religação, ou seja da prática de nos voltarmos a ligar a Deus. A nossa verdadeira ambição espiritual é nos voltarmos a ligar, a unir ao TODO que é puro AMOR(aqui concordo completamente com a Olga).

Afinal o que é diferente, nas diversas religiões é a prática de religação.

Por isso a nvarzea também tens razão ao chamar-lhe a religião do AMOR ou também a religação ao AMOR... a DEUS afinal.

Agora calma nvarzea Amor é o sentir da própria Alma é uma ternura que invade o coração, uma leveza, uma candura doçe... não se sente assim pelo dinheiro ou pelo nada... Sente-se apenas...

É então nesse sentir que o sentes tb pelos outros pq afinal reconheces que na sua essência eles são tu e tu eles...

Finalmente sentes-te plena... a plenitude de um coração transbordando de amor...

Nesse momento é a essência de Deus presente em ti... na tua Divina Presença.

Esta é sim a religião do Amor.

Qdo puderem vejam e ouçam o vídeo da NAVE.

Um poema de Rumi simplesmente divinal.

Fiquem bem.
 
A Mónada: Roma = Amor incondicional, sem dúvida, Amor divino em nós, nos outros, em tudo...
Já tentei ouvir o poema mas não consegui. Vou voltar a tentar.
:)
 
Curioso falares de ROMA, sendo esta a sede de uma das maiores religiões do mundo...Obviamente concordo ctg qd disses que a melhor religião é a religião do amor...eu sou por vezes instrasigente, não pq isso seja fruto daquilo em q creio mas pq é resultado do meu desenvolvimento com ser humano e da minha personalidade. Os "caminhos" que eu percorro, passam por Roma, por Jerusalém,por aquilo que penso, ( ou vou pensando) serem sinais de Deus, Naquilo que tu chamas universo, energia, iluminação...mas não são os sinais que me fazem caminhar, é aquela teimosia, e que dificil de aprender, de tentar compreender e fazer compreender que amar os outros mesmo qd não kerem ser amados, é a chave para a resolução de tantos e tantos atritos que encontramos e fazemos na nossa vida e na vida dos outros...O teu amigo António Rosa, tem toda a razão...;)
 
Carlos:

Não sei porquê curioso, Roma é utilizada em sentido figurado, numa expressão comummente utilizada, mas mesmo que assim não fosse, mencionar o local da sede de uma religião não me filia de modo nenhum.

“...eu sou por vezes instrasigente, não pq isso seja fruto daquilo em q creio mas pq é resultado do meu desenvolvimento com ser humano e da minha personalidade.”

Acho que não percebi. Primeiro, ser intransigente, na maior parte dos casos, não tem muito a ver com evolução… Segundo, é possível separar o teu desenvolvimento daquilo em que acreditas? Parecem-me coisas indissociáveis, aquilo em que creio determina o meu desenvolvimento, o meu desenvolvimento é marcado e condicionado por aquilo em que creio…

“...mas não são os sinais que me fazem caminhar, é aquela teimosia…”

Volto a não perceber. Os caminhos que percorres passam por aquilo que consideras serem sinais de Deus, mas não são os sinais que te fazem caminhar e sim a teimosia.
Como é que se conjuga uma caminhada indicada por sinais, por um lado, com uma caminhada feita ignorando esses mesmos sinais e privilegiando a teimosia? Não estou a ver… Afinal que importância atribuis aos sinais divinos?

Ou, ainda, será que estamos a falar de “sinais” diferentes? Será que os sinais de Deus se resumem para ti aos sinais físicos, palpáveis e visíveis, consagrados nos evangelhos, como Roma e Jerusalém? Ou estamos a falar dos sinais que Deus nos dá, das mais variadas maneiras, diariamente, para nos orientar, para comunicar connosco, para nos mostrar o caminho que é o nosso?

E sim, António Rosa tem razão, quando temos Roma dentro de nós, que é como dizer Deus dentro de nós, o Amor dentro de nós, não temos necessidade de nos agarrarmos a símbolos físicos, visíveis e palpáveis, já temos tudo o que é importante e mais grandioso dentro de nós.

:)
 
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