Wednesday, August 04, 2010

 

O desafio dos estereótipos



Um destes dias, esperando para entrar numa rotunda das Caldas da Rainha, vejo aproximar-se uma moto 4. Aguardo a minha vez e dou autorização, quase sem perceber, a que se manifeste a minha tendência humana de às vezes também fazer antecipações a julgar pelas aparências. E perante a visão de um destes meios de transporte preparei-me para ver surgir uma pessoa jovem e aventureira a saborear um dos prazeres da vida. E até podia ser, e seria com certeza, aventureira e adepta de saborear os prazeres da vida, e até podia ser, e seria com certeza, jovem de espírito, mas não de corpo. Fiquei surpreendida, muito agradavelmente, ao ver surgir uma senhora que aparentava uns oitenta anos! Wow! Gostei! Ganda mulher!

Mas não terminou aqui a minha surpresa e nem foi ainda que desfiz o meu sorriso. É que esta senhora não trazia como apetrecho de viagem a usual mochila que se costuma ver, nada disso. Atrás, bem empertigada e airosa, estava montada a cestinha de verga rectangular, como a que a minha avó costumava usar.
Não se façam confusões, modernices sim mas há coisas em que se é fiel.

Moral da história: as iludências aparudem
Para não nos aparudarmos, ou emparedarmos, ou aparvalharmos, é melhor não nos deixarmos levar por iludências, ou virulências etiquetatórias ou outras indecências igualmente provocatórias.

(O título deste texto também podia ser: past meets present, they merge and live happily, I don’t know if ever after but at least for now.)

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