Friday, August 21, 2015
Tsípras e eu

No início da
novela grega o meu lado romântico andou exaltado com a hipótese de aparecer
finalmente um político a defender e lutar por ideais. A defender
verdadeiramente o seu povo, a enfrentar os algozes, a ser firme e a dizer
“não”. Isto comovia-me, encantava-me, e pertencesse ele à cena política
portuguesa teria o meu voto como garantido.
Mas depois
comecei a andar um pouco mais atenta, a ouvir com mais atenção o que andava a
fazer o meu “herói”, e o castelo começou a desmoronar. Comecei a pensar que não
devia estar a perceber bem. Então, resumidamente, a malta recebe uma pipa de
massa, de empréstimo, e depois de gastar tudo (e mais do que devia) diz que não
paga o que lhe emprestaram. E ainda exige que lhe dêem mais (porque se não
receber ainda mais de quem já recebeu e a quem não quer pagar, o país não tem
condições de subsistir). (Muito) mais coisa menos coisa, espremidinho espremidinho,
no essencial da questão… terá sido mesmo isto? Parece que ainda duvido…
É certo que
ele não é o responsável pelo empréstimo do dinheiro nem pela forma como foi
gasto. Não é responsável pela situação em que se encontra o país, mas é
responsável pela forma como o país reage às circunstâncias em que se encontra.
E é responsável por saber que circunstâncias são essas. E que possibilidades
existem de reagir para sair delas.
É muito
louvável dizer que quer cumprir as promessas que fez, e com isso eu estava em
total concordância, mas pior do que não cumprir as promessas feitas é fazer
promessas que não se tem condições para cumprir.
(Imagem:
retirada da internet, sem indicação de autor)